Enquanto não nos voltamos a encontrar nos espaços culturais e naturais do Bairro dos Museus, recolhemos um conjunto de testemunhos junto dos nossos públicos sobre algumas memórias pré-pandemia e quais os desejos para quando nos reencontrarmos nesses lugares.
PROJETOS COM A COMUNIDADE
Estes projetos atuam na ligação entre a arte e a educação, promovendo os espaços culturais e naturais como lugares de encontro, cooperação e criatividade.
Livro Livre
O que há?
«Como resposta ao V. desafio sobre o tema comemorativo do Dia Internacional dos Museus 2020 - Igualdade, Inclusão e Diversidade - envio-te o que de melhor V. têm feito através do V. Serviço Cultural e Educativo. Estou a falar da promoção da Igualdade de acesso e participação de vário e diverso público em iniciativas bem imaginativas da V. parte, através da agora denominada iniciativa "envolve-te".
José Tomás Féria (Professor Agrupamento de Escolas IBN Mucana)
«Esta fotografia é um orgulho para mim. Pergunto-me como é que eu, com 73 anos de idade e sem qualquer preparação académica ligada às Artes, sou chamada a participar numa pintura do tamanho duma parede, ao lado de pessoas tão diferentes em idade, cultura e aptidões artísticas. Entrei neste "mundo novo" há 4 anos. É o projeto Livro Livre do programa cultural e educativo do Bairro dos Museus. Com a mediação artística de Tânia Furtado, este projeto é um incentivo para o desenvolvimento pessoal e artístico da comunidade, sendo um exemplo de inclusão.
Elexina Dores (Cascais. Projeto Livro Livre – Centro Cultural de Cascais)
«A Fundação D. Luís I e o Centro Cultural de Cascais dão oportunidades únicas e um acesso privilegiado e de alta qualidade a um grande número diversificado de pessoas, quer sejam crianças, jovens, adultos, pessoas com problemas ou deficiências. A todos dão a oportunidade de contactarem, conhecerem e explorarem a arte nas suas várias formas, dando ao público e aos excelentes artistas que lá expõem, a possibilidade rara de interagirem, direta e pessoalmente.
Isabel Sanchez (Cascais. Projeto Livro Livre – Centro Cultural de Cascais)
«Em 2019 participei de alguns workshops na Casa de Santa Maria e no Centro Cultural de Cascais relacionados com os vários de tipos de livros e achei-os muito interessantes. Gostaria de ver este tipo de atividade mantida ou até mesmo aumentada a sua frequência. Encontro-me também a frequentar o curso Livro Livre que tem um programa muito bom e variado. No entanto dado que as aulas são quinzenais a fluidez do curso sofre bastante, isto tendo em conta também os feriados, as férias e outros motivos pelos quais se perdem por vezes aulas, gostaria de propor que as aulas passassem a ser semanais. O curso tem muito valor para ser relegado a apenas umas aulas quinzenais.
Maria Costa (Cascais. Projeto Livre Livre – Centro Cultural de Cascais)
«Bairro cidade espaço pessoas escola sala de aula?
Professora Madalena Ghira (Escola Profissional Val do Rio | Projeto em rede Bairro dos Museus)
«No Bairro dos Museus é possível conciliar todas as gerações nos diferentes interesses e propostas.
OHficina
«Nas visitas aos museus, dentro dos edifícios, por vezes para as crianças mais novas é difícil seguirem todas as regras que se esperam quando estamos num museu. Quase todos os museus são pensados para serem utilizados pelos adultos. Gostaria que um dia se pudesse fechar parte do museu, uma sala por exemplo, durante o tempo da nossa visita, onde as crianças pudessem observar e depois exprimir através da sua própria criatividade o que viram/sentiram, através de desenho, ou pintura, ou expressão dramática. As visitas no exterior do Bairro dos Museus foram sempre muito bem-sucedidas. Muito interessantes, procurando sempre responder à curiosidade das crianças, explorando vários lugares/espaços. Foram sempre fonte de inspiração para outras atividades desenvolvidas dentro da sala do Jardim de Infância.»
Educadora Margarida (Sala 1 do Jardim Infância da Torre | Projeto Natureza e Arte 2018/2019)
«Um desejo para o futuro... penso que se deve manter a dinâmica que tanto a Joana como a Isabel tinham quando íamos ter convosco ou quando vinham ao nosso jardim. Em relação a coisas novas talvez histórias que explorem a igualdade, a inclusão e diversidade como é o caso do Patinho Feio. Filme o Shrek. Mais jogos tradicionais ao ar livre, experiências com elementos da natureza.»
Educadora Olga Esteves (Sala 2 JI Da Torre | Projeto Natureza e Arte 2018/2019)
«Uma memória: uma inscrição que está nos Jardins "TERRA: uma rocha estranha" Bordalo II.Portugal.2018 "O Planeta Terra, não é só raro, é único. Uma rocha estranha com alma. Uma rocha que é a nossa casa...". Esta frase faz todo o sentido agora nos momentos que estamos a viver: o nosso encontro com a nossa alma mais profunda (ficar em casa, o recolhimento, o afastamento social, o respeito pelo mundo lá fora, a natureza que não vai embora, o planeta que devemos respeitar).
Professora Olga (4º ano EB Aldeia Juso | Projeto Natureza e Arte 2018/2019)
«Embora o motivo de utilização do Bairro dos Museus se devesse a uma impossibilidade de ocupar o nosso edifício escolar, por motivo do atraso das obras de construção do novo edifício da escola, revelou-se uma experiência de tal ordem interessante, que pensamos repetir em outros anos. A exploração dos museus enquanto espaço educativo, enquadra-se na perfeição na nossa metodologia de aprendizagem ativa, sendo possível a exploração do currículo escolar num ambiente extremamente rico e fora do ambiente escolar tradicional, que proporciona experiências ao nível de todos os sentidos, cujo ambiente escolar convencional não permite. A disponibilidade e profissionalismo de todas as equipas dos museus contribuiu também para que esta experiência fosse tão positiva.
Sofia Borges (Diretora da escola Os Aprendizes – Active Learning)
«Todos precisamos uns dos outros. O trabalho de parceria será sempre o melhor do mundo, porque é aquele que nos ensina novos saberes e o valor da partilha e do amor.»
Professora Sónia Bártolo (Professora de Português e coordenadora do projeto TeleAula-Hospitais no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão)
«Atualmente, a escola é muito exigente em termos de currículo e acabamos por constatar que os nossos alunos não têm oportunidade de criar e imaginar com tanta facilidade, como seria suposto. Neste entendimento, considero que o ensino artístico e as expressões devem fazer parte integrante do desenvolvimento do indivíduo.
Professora Marinela Mendes (EB Areia- Guincho)
«O conceito de diversidade é em si mesmo sinónimo de igualdade e inclusão, não existe diversidade sem a aceitação de tudo o que possa existir, independentemente da sensibilidade pessoal, dos valores, do gosto, do estilo, do género, da opinião, da consciência, do conhecimento maior ou menos que se possa ter sobre o outro, o mundo e o próprio propósito da vida.
Leonor Beltrán (artista e formadora convidada) |